Saturday, July 21, 2012

EDUCAÇÃO E POLÍTICA: Duas vocações???

Olá a todos...

Como de costume, esse blog que é atualizado de meses em meses vem agora pra expressar um reflexão, haja vista que estou inserido nesse processo de "GREVE DAS FEDERAIS" que não é divulgado ADEQUADAMENTE pela grande mídia (nem esperava mais que isso), mas acredito que vale a pena refletir a respeito de algo que parece que anda INCOMODANDO muita gente, que nos remete a estereótipos acerca do professor e merecem uma manifestação de minha parte.

Adaptei o título do livro de um grande autor da Sociologia, Max Weber (CIÊNCIA E POLÍTICA: DUAS VOCAÇÕES), para elucidar porque nós professores estamos em greve e quais os motivos de adotarmos uma postura mais rígida com relação às "propostas" do governo.

Infelizmente, vivemos em um país em que o professor passou por um processo de PROLETARIZAÇÃO (proletário, segundo Karl Marx é aquele trabalhador da fábrica que foi desprovido de sua identidade e que se tornou apenas mais uma peça da engrenagem do sistema capitalista) em que a função de educar passou a ser um NEG-ÓCIO (negação do ócio, que no sistema capitalista é visto como depreciativo, todos temos que trabalhar e produzir). Nesse sentido, as pessoas estranham que um professor lute por seus direitos, pois tem como OBRIGAÇÃO  educar as crianças nas escolas e os adultos nas universidades e cursos técnicos.

Pior do que isso não é isso ter se tornado lugar comum, mas isso ser absorvido pelo próprio professor, cada dia mais "atolado" de afazeres para sustentar sua família e desprovido de estímulo, vontade e condições ideais de trabalho.

Segundo Weber, O docente (ou cientista) deveria separar sua atividade de suas inclinações políticas,  e ser imparcial. do ponto de vista ético, isso até soa verdadeiro. No entanto, eu gostaria de usar o termo POLÍTICA numa perspectiva muito mais aristotélica, onde cada atividade humana é permeada pela política: RELAÇÕES SOCIAIS SÃO RELAÇÕES POLÍTICAS. E, nesse sentido, o professor é um personagem ATIVO, que deve ter consciência de sua relevância para a sociedade.

GREVE é um mecanismo político, e é justificada pelas condições de trabalho que se precarizam, pelos salários que não são atraentes, pela intransigência do governo. É GERAR INCÔMODO SIM, e mostrar que podemos e ACIMA DE TUDO DEVEMOS nos comprometer com aquilo pelo qual somos responsáveis, que é a QUALIDADE DE NOSSA EDUCAÇÃO.

EDUCAÇÃO  sempre foi minha vocação, disso nunca tive dúvidas, e a POLÍTICA  é necessária. O professor DEVE exercer sua profissão e ter um compromisso com o mundo que o rodeia. A POLÍTICA pode não ser uma vocação, mas é necessária.

Recentemente ouvi de um grupo de professores a seguinte frase: "QUE NÃO SE ALISTE AQUELE QUE NÃO QUER IR À GUERRA". Não sei se o termo "GUERRA" é apropriado, mas auxilia na compreensão dos conflitos que resultam em uma greve como essa. Assim como na guerra, a atuação política envolve outras pessoas, que muitas vezes sofrem, assim como nós que estamos na "frente de batalha". No entanto, acredito também que SÓ CONSEGUE AQUILO QUE QUER AQUELE QUE VAI EM BUSCA.

Nesse sentido, PARABENIZO aqueles que às vezes nem mesmo sabe o que é atuação política MAS TEM CORAGEM de lutar pelo quer, NÃO SOMENTE PARA SEU PRÓPRIO BENEFÍCIO, mas de todos aqueles envolvidos nesse processo: nossos familiares, nossos alunos, nossa sociedade.

É isso.

Friday, January 06, 2012

Dia de Reis e Tolerância

Prezados amigos...

Muito se passou e cá estou eu de volta postando algo que julgasse interessante refletir.

Hoje, dia 06/01, segundo a tradição católica, é comemorado o Dia de Reis. Como diria o grande cantor e "filósofo" Tim Maia: "Estava meio esquecida, mas é o dia da festa de Santo Reis...."

No entanto, não vim até aqui para falar sobre religião, teologia ou nenhum tipo de doutrina. Resolvi aproveitar o ensejo para utilizar a representatividade da data religiosa para falar sobre um assunto importante que é o da TOLERÂNCIA.

Segundo a tradição católica, três Reis teriam vindo de regiões diferentes para adorar o Cristo.

                          
                                                   Adoração dos Magos, Andrea Mantegna, 1495.


A pintura acima, de Andrea Mantegna, do Séc. XV, baseia-se na teoria de São Beda, o venerável, (672-735) que afirmava que os três reis que visitaram o Menino Jesus teriam traços raciais distintos.

Além da análise iconográfica, fica óbvio que não eram judeus, e nem vou me ater à discussão de que eram "magos" realmente ou não.

Apenas quero salientar que poderiamos utilizar-nos dessa passagem peculiar para nos atermos às questões de tolerância: vejamos alguns itens que podem ser levados em conta:

1 - Pessoas de regiões diferentes, convivendo harmoniosamente;

2 - Pessoas de traços fisionômicos diferentes, convivendo hamorniosamente;

3 - Pessoas de religiões diferentes, convivendo harmoniosamente;

Desconsiderando o aspecto teológico dessa passagem, nós poderíamos considerar a importância da tolerância que esse momento representa, e construirmos uma sociedade menos desigual e mais justa.

Parece um chavão, mas não poderia deixar de me valer disso para deixar essa mensagem.

Abraços!!!