Sunday, May 22, 2011

A arte de professar... ser professor! E o profissional?

Olá amigos...

Há certo tempo estive ausente do blog, devido a justamente a situação à qual irei me refrir neste post. Todos sabem que este blog não tem a pretensão de ser extremamente visitado. Não escrevo para os outros, mas para as pessoas que se interessam pelo que eu interesso, e para aquelas quenão se interessam, que vejammeu ponto de vista.

Quem me conhece sabe que amo a minha profissão... Simplesmente não consigo me imaginar fazendo outra coisa nesta vida que não seja estar entre uma lousa e um grupo de pessoas a quem chamamos convenientemente de "alunos" (do latim a-lumni - sem luz). Atualmente atuo em três instituições de ensino (particulares) pois tamanha foi minha desilusão com o sistema educacional público que simplesmente me afastei e procurei outras formas mais viáveis de manter minha renda.

Pago o preço: tenho hoje aproximadamente 600 alunos, que vão desde o 6º ano do Ensino Fundamental, passando por todas as séries do Ensino Médio, e os anos iniciais do Ensino Superior. Não reclamo, pois ganho razoavelmente bem para poder manter minha família.

No entanto amigos, sou uma rara EXCEÇÃO no ambiente da educação. Não posso deixar de me solidarizar com meus colegas de faculdade e de profissão, sem falar em membros da minha família que estão em situação muito delicada devido a diversos fatores, que vale a pena ressaltar e que também vivenciei:

1 - Salário: Um profissional com nível superior, muitas vezes pós graduado, trabalhando com uma jornada de 30 horas de trabalho não chega a sequer 3 salários mínimos.

2 - Segurança: Não precisamos recorrer a casos emblemáticos como o da Escola do Realengo no RJ. Professores são ameaçados, agredidos, humilhados com certa regularidade.

3 - Desvalorização: O profissional da educação hoje é considerado um "coitado", um "pobre diabo" que escolheu uma profissão das mais desvalorizadas.

4 - Condições de trabalho: Não chega a ser regra em SP, mas não é raro ver em diversos estabelecimentos de ensino do Brasil escolas em condições abaixo do que se consideraria "impróprio".

5 - No Estado de SP, o mais "desenvolvido" do Brasil, vou colocar a condição dos professores de Sociologia/Filosofia: 1 aula por ano do Ensino Médio por semana. Em números, isso significa que para um professor que possua jornada completa de trabalho, ele terá nada mais nada menos do que 30 salas de aula, com aproximadamente 40 alunos (ou mais), o que equivale a aproximadamente 1200 alunos, ou seja, 1200 médias no final de bimestre, 1200 faltas a serem lançadas, 1200 conceitos finais.

Falemos agora de perspectivas "menos pessimistas":

Eu tenho uma teoria de que o professor num futuro de médio alongo prazo será "revalorizado", não por boa vontade de nossos dirigentes, mas devido a uma "curva" que imagino da seguinte forma:

Não pensem vocês que tenho uma visão otimista e que tudo ficará bem no final. Não me proponho a prever o futuro. Mas a diminuição de profissionais está ocorrendo vertiginosamente e o Estado será "obrigado" (?) em breve a valorizar tal profissional, pois estes estão se tornando cada vez mais escassos. Matemática Perversa, haja vista a que durante o processo, milhares de profissionais da educação estando migrando para outras áreas por não estarem satisfeitos com a atual situação.

Para concluir, deixo aqui um upload do video da Professora Amanda Gurgel do RN que fez seu desabafo numa plenária da Câmara. Me solidarizo com a colega, mas sinceramente, acredito que terá repercussão somente enquanto a mídia alcançar boas metas de audiência. É necessário luta e vontade política de nossos Dirigentes.


Sem mais, um abraços a todos que me prestigiam e a todos meus colegas professores!

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